Popular no além

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Sempre houve maneiras de se medir o quanto alguém, ou algo, é querido, mas creio que atualmente o meio mais utilizado para se aferir a popularidade são os likes, (des)likes e número de seguidores que alguém, ou alguma coisa, tem nas mídias sociais.

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No já longínquo período em que não havia internet, que vem a ser mais ou menos a mesma época em os dinossauros habitavam a terra, havia as pesquisas de opinião, do tipo dessas usadas nas campanhas políticas e que, quando realizadas com seriedade e critérios científicos, na maioria das vezes dão uma boa medida da realidade.

Acontece que pesquisas são caras e, portanto, nem sempre podem ser utilizadas para, por exemplo, saber quem é a pessoa mais simpática da cidade ou a mais valente ou, ainda, a mais sexy.

Diante desse obstáculo muitas vezes intransponível, que é a falta de dinheiro, pessoas mais experientes, para não dizer “mais velhas”, usavam outros meios de aferição de popularidade, alguns conhecidos e de senso comum, outros nem tanto.

NOTAS EM COLUNAS SOCIAIS – por muito tempo, para alguns, a quantidade de vezes que “fulano” aparecia nas notas sociais dos jornais foi indicativo de popularidade ou, pelo menos, de poder embora eu, particularmente, nunca tenha dado muito crédito a esse método.

ACENOS E TAPINHAS – também originário na era pré-internet e até mesmo pré-televisiva, aqui a medição de popularidade de alguém se faz pelo número de acenos que ela dá ao passear pela rua o que, convenhamos, parece razoável de se deduzir: quanto mais acenos, mais popular a pessoa. Acontece que, atualmente, com o barateamento da tecnologia, todo mundo está se “motorizando”, seja de carro, moto, bike elétrica ou mesmo patinete, o que faz com que os acenos e os tchauzinhos diminuam, dificultando assim a obtenção de um resultado confiável.

VELÓRIO CHEIO – Certa vez, confesso que com surpresa, fiquei sabendo que se poderia medir a popularidade de alguém pelo número de pessoas que participam do enterro do parente dela (filho, pai, mãe, irmão, etc…), e disso falo com propriedade porque, por mais sinistro que possa parecer, ouvi a seguinte conversa num velório: “Tá vendo a popularidade do cara? Olha o tanto de gente no velório do …. dele. Não tem pra ninguém”.

José Carlos Botelho Tedesco (Alemão Tedesco) é advogado e mora na cidade de Presidente Epitácio/SP
e-mail: zeum@uol.com.br / Facebook: Alemão Tedesco e Alemão Tedesco II /  Twitter: @alemaotedesco

PS. Um quarto método, esse desenvolvido mais recentemente, relaciona popularidade com o número de chamadas que alguém recebe no celular, o que até tem um pouco de lógica, mas falha fragorosamente ao considerar populares pessoas que, como eu, diariamente recebem muitas chamadas, mas não de outras pessoas, e sim de operadoras de telefonia, TVs por assinatura, bancos e, juro, plano funerário. Para quem não acredita, aconteceu essa semana e o número é (11) 2207.8400. Popularidade ou mau presságio?