Coisas inúteis

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Começando por “reclamar da vida”, há coisas que a despeito de serem inúteis, no sentido de não terem eficácia, de não resolverem nada, fazemos com frequência assustadora.

Bem sei que o ranzinza leitor e a charmosa leitora, muito mais perspicazes que esse escrevinhador, têm suas próprias listas de coisas inúteis mas, apesar disso, vou me atrever a construir uma, ainda que incompleta. Vamos a ela:

a) Placa de “proibido trator” colocada no meio de um aterro cercado de água: ora, se o trator já está lá, no meio do aterro, ao avistar a placa de “proibido trator” o tratorista deve fazer o que? Mirar o trator para o rio? Quem acredita que isso não existe, peço que siga pela ponte Hélio Serejo e depois continue pelo aterro que, com seus cerca de 11.000 metros liga os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Só aconselho que não faça isso de bicicleta ou de charrete, porque no meio do aterro tem placa de “proibido bicicleta” e “proibido charrete” também.

b) Banco “de jardim” na frente da casa: inspirados em filmes e revistas e geralmente fincados em residências que se querem chiques, bancos como os que são colocados em praças públicas dão um ar aconchegante aos gramados e quintais das residências, e até ficam visualmente bonitos, mas não servem para nada. Ou você já viu alguém sentado neles?

c) Debater com fanáticos: além de inglório o debate, porque o fanático não enxerga outra coisa que não a sua própria versão do mundo, a tarefa de convencê-lo de que talvez, somente talvez, exista algo além do branco e do preto, pode gerar conflitos. Quer piorar as coisas? O chame de fanático.

d) Tentar convencer político a admitir que errou: vaidoso por natureza, quase todo político tende a se ver como centro do universo, ou ainda como uma obra prima que dispensa retoques, daí porque não admite críticas (construtivas ou não) e tende a se cercar de pessoas que tenham disponibilidade de dizer “Assim seja, amém”.

e) Maquiagem em gente feia…

f) Seta e retrovisor em carro de motorista “barbeiro”…

E a sua lista de coisas inúteis, qual é? As minhas crônicas e o que mais?

José Carlos Botelho Tedesco (Alemão Tedesco) é advogado, pai do Luigi, namorado da Juliana, filho do seu Tedesco e da professora Maria Antonia . e-mail: zeum@uol.com.br / Facebook: Alemão Tedesco e Alemão Tedesco II /  Twitter: @alemaotedesco