Foi um rio…

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“Foi um rio que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar”

Por vezes é o coração que se deixa levar por rios que passam em nossas vidas, como diz o refrão da bela música do cantor e compositor Paulinho da Viola. Noutras ocasiões é o próprio rio da vida que passa e leva com ele situações que por muito tempo nos pareceram imutáveis, como bem sabem aqueles que, em algum momento da vida, já viram o rabo abanando o cachorro.

X X X X X X

1) Até os anos 1990 a presença de jogadores estrangeiros no elenco de clubes de futebol do Brasil era quase inexistente, para não dizer que eram raríssimas as exceções. Pior mesmo só técnico de futebol estrangeiro dirigindo um clube brasileiro ou mulher apitando jogo de futebol: jamais.
Só que uma hora o “jamais” chegou e atualmente grandes clubes nacionais disputam, a preço de ouro, técnicos das mais variadas nacionalidades e mulheres apitam jogos de marmanjos.
Pois é, esse rio passou…

2) Quem não se lembra que há poucos anos pessoas com deficiência física ou mental, comumente chamados pejorativamente de “aleijados” e “doidos”, eram escondidas pelos familiares e extirpados do convívio social, e mesmo familiar?
Na esfera pública era o mesmo, ou faz muito tempo que o leitor ouve falar de rampas para acesso às calçadas e aos prédios públicos?
Pois é, esse rio parece que está passando…

3) Recordo como se fosse hoje: homens públicos (e mulheres também), em todos os níveis, assaltando os cofres públicos, praticando nepotismo, governando e legislando de acordo com seus interesses e vaidades, somente pensando em si e nos seus, pouco se importando com o destino daqueles que os elegeram.
Pois é, esse rio estagnou e teima em não querer passar…

José Carlos Botelho Tedesco (Alemão Tedesco) é advogado e mora na cidade de Presidente Epitácio/SP
e-mail: zeum@uol.com.br / Facebook: Alemão Tedesco e Alemão Tedesco II /  Twitter: @alemaotedesco