Região fecha o ano com redução de mortes no trânsito

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Um levantamento feito com base nos dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) aponta que as mortes no trânsito caíram 30,46% na região de Presidente Prudente. O comparativo entre os meses de 2019 e 2020 deixam claro a diferença. Enquanto que no primeiro ano foram contabilizadas 128 mortes, no período seguinte a quantidade reduziu para 89.

Conforme o especialista em trânsito, Manoel Silva Félix da Costa, que é um dos coordenadores do Setor de Educação no Trânsito da Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública), a redução pode ter tido uma interferência do período de isolamento causado pela pandemia da Covid-19. Mas, segundo ele, a tendência de queda já era observada nos últimos anos. Em 2015 (157 óbitos); 2016 (153 óbitos); 2017 (151 óbitos); 2018 (138 óbitos); 2019 (128 óbitos); 2020 (89 óbitos).

“A mídia tem trabalhado com certo afinco na divulgação de ações de educação no trânsito”, afirma o especialista. Trabalho esse que ocorre devido à parceria de diversos órgãos federais, estaduais e municipais de segurança no trânsito, o que resulta na mudança de comportamento dos condutores. “O próprio Contran [Conselho Nacional de Trânsito] divulga, anualmente, um calendário com temas a serem trabalhados. Em fevereiro será a questão do uso de álcool na condução, ou seja, trabalhar a ideia de que as pessoas não podem dirigir embriagadas”, explica.

Ainda, Manoel Félix cita como importantes as campanhas que ocorrem em certos meses do ano, como o Movimento Maio Amarelo e Semana Nacional de Trânsito, em setembro. Paralelo a isso, lembra das palestras e vídeos educativos, que contam com parceria das polícias, bombeiros e concessionárias de rodovias. “Esse trabalho que vem sendo feito não pode parar”, salienta especialista. 

Motociclistas mais vulneráveis

Chama a atenção um dado importante no levantamento do Infosiga. No ano retrasado, condutores e passageiros de motocicletas ocupavam o segundo lugar do ranking de óbitos na região. Das 128 vidas ceifadas, 52 estavam em automóveis e 37 em motocicletas. No ano passado foi o contrário, porque do total de 89 mortes, 39 estavam em motocicletas e 35 em automóveis.

A explicação, segundo Manoel Félix, pode estar associada ao trabalho dos motociclistas na pandemia. “Muitas pessoas não estão saindo de casa, mas usando o serviço de delivery. Isso também aumenta o número de motociclistas, que ficam mais expostos, vulneráveis ao trânsito”, expõe.

Infrações podem levar à morte

Motoristas infratores pensam que desrespeitar as regras de trânsito é algo banal, e a prática se torna costumeira na rotina. Conforme o especialista em trânsito, no perímetro urbano as infrações mais comuns que causam as mortes ocorrem nas áreas de cruzamento, quando não há o respeito ao sinal de parada, seja da placa ou sinalização semafórica; o uso de álcool também entra para a lista.

“Nosso sistema nacional de trânsito não tem estatísticas sobre uso indevido de celular ao volante, mas também tem contribuição para causar acidentes”, lembra. Já na malha rodoviária, elenca o excesso de velocidade, embriaguez, ultrapassagem proibida ou forçar a ultrapassagem, falta do uso do cinto de segurança e o uso inadequado dos dispositivos para crianças. “Não é fácil mudar a cabeça das pessoas, mas é um trabalho de formiguinha que deve ser feito principalmente com crianças e adolescentes que não têm vícios”, salienta Manoel Félix.

O Imparcial