Produtos de 30 MPEs compõem loja expositiva do Sebrae-SP na Couromoda

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Produtores dos tradicionais polos calçadistas do Estado participam do evento, em parceria com o Sebrae, se preparando para a retomada do segmento e de olho no aquecimento do mercado em 2020

Começou nesta segunda-feira, 13, a 47ª Couromoda, mais importa feira de negócios do setor calçadista e de acessórios em couro, que vai até o dia 15, no Expo Center Norte, na capital paulista.

Para marcar presença, o Sebrae-SP montou uma loja expositiva com produtos de 30 MPEs dos polos de Birigui, Franca e Jaú. “São três centros calçadistas do estado, cada um com sua especialidade – infantil, feminino e masculino – e todos eles com uma participação muito ativa em nossos escritórios regionais e, respeitadas as vocações locais, o Sebrae atua capacitando o empresário que inova, que acredita no seu segmento e na possibilidade de exportar”, destaca Guilherme Campos, diretor administrativo-financeiro do Sebrae-SP.

Campos ressaltou ainda o impacto da nova política de ICMS em São Paulo. “Agora em 2020, o que nós esperamos é que o Brasil continue crescendo de forma consistente e, alinhado à nova política de ICMS para o Estado, favorecendo toda a cadeia do setor calçadista. Temos que agradecer ao nosso governador Joao Doria, ao secretário da Fazenda [Henrique] Meirelles, e à secretária [do Desenvolvimento Econômico] Patricia Elen, pela sensibilidade e pela oportunidade de pensar a cadeia como um todo, diminuindo o encargo e propiciando que as empresas possam produzir um produto com um custo menor”.

O mercado calçadista está bastante otimista para 2020. Neste cenário, o Sebrae, por meio de seus escritórios regionais, prevê uma retomada nos programas para atender aos MPEs do segmento de calçados e acessórios, entre eles o APL – Arranjos Produtivos Locais. Com as perspectivas de que o dólar se manterá num patamar mais elevado e novos entrantes no mercado, inclusive como MEIs, são alguns indicativos de que o setor deve ficar mais aquecido neste ano.

A integração dos canais físicos e digitais, o crescimento de marketplaces e o reconhecimento nacional que cada polo paulista tem também devem favorecer o segmento calçadista, especialmente no mercado interno. “O Sebrae é parceiro de Birigui há muitos anos e muito do polo de Birigui deve-se ao Sebrae, que foi responsável por empresas que são grandes hoje e, quando pequenas, se utilizaram dos serviços do Sebrae”, destaca Samir Nakad, presidente do Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigui.

Da região de Jaú, a Mariotta Calçadas é um dos exemplos de empresa atendida pelo Sebrae. Na Couromoda deste ano, a marca, que produz entre 120 mil e 135 mil pares por mês, parte para exportação, participa com um estante próprio. Giovanna Mott de Arruda Fabricio, responsável pelo administrativo-financeiro da Mariotta, destaca que o varejo de hoje está muito mais informado e mais exigente, obrigando o produtor – seja MPEs ou grandes – a ter mais agilidade de processos e melhora de seus designs e materiais para permanecer competitivo. “É desafiador, mas ao mesmo tempo é positivo. Já que está melhorando os nossos padrões”, avalia Giovanna.

A Couromoda apresenta mais de duas mil coleções de calçados, bolsas e acessórios, focados especialmente na coleção outono-inverno, reunindo 90% da produção brasileira. A estimativa é de receber 32 mil visitantes nos três dias de feira.

Comércio internacional

Nesta edição, a feira recebe o Projeto Comprador VIP, liderado pela Abicalçados em parceria com a Brazilian Footwear e a Apex-Brasil, com um programa de incentivo às exportações. Entre outras ações, o Projeto traz para a feira o grupo sul-africano Polo South Africa, que possui 20 lojas e está presente em mais de 300 lojas multimarcas na África do Sul. Tradicionalmente, o grupo importa calçados chineses, mas está no Brasil em busca de alternativas aos produtos asiáticos.

De acordo com a Abicalçados, 2019 encerrou exportando 114,55 milhões de pares, totalizando uma receita de US$ 967 milhões. O dólar mais valorizado em relação a moeda brasileira e a guerra comercial entre China e EUA foram dois fatores importantes no resultado das exportações calçadista. São Paulo foi o terceiro maior polo exportador, participando com 7.56 milhões de pares, volume 6,8% superior ao de 2018.

AI SEBRAE