São 33 mil hectares de cachoeiras, paredões, mirantes, cavernas, e trilhas em meio a natureza típica de cerrado
60 km de Cuiabá, capital do Estado do Mato Grosso, chega-se a um lugar que exerce total fascínio nos seus visitantes. É a Chapada dos Guimarães, um parque nacional com localização privilegiada: o lugar é considerado centro geodésico do continente, ou seja, o coração da América do Sul, o ponto médio exato entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Impressionantes paredões de arenito vermelho-alaranjado, marcas registradas da Chapada dos Guimarães, dão as boas-vindas aos turistas.
O ponto culminante do lugar é o morro de São Jerônimo, uma espécie de mirante natural com 836 metros de altitude. No platô, coberto por vegetação rasteira, é possível ter uma visão de até 100 quilômetros de distância. É lá que os místicos costumam montar acampamento, à espera do encontro com o sobrenatural. Há várias histórias sobre isso, muitos afirmam ter visto na Chapada discos voadores, fadas, gnomos, seres de outros mundos, anjos… Lendas (ou não) à parte, a região está entre as paisagens mais elogiadas do Brasil, com cachoeiras maravilhosas, como a do Véu da Noiva, e uma infinidade de atrativos naturais.
Ao contrário de outros parques nacionais, aqui o destaque é a paisagem natural, e não especificamente a variedade da fauna e da flora. A principal atração do cerrado mato-grossense, a menos de 60 quilômetros de Cuiabá, chega a registrar temperaturas por volta de zero grau no inverno. O relevo entrecortado, formado por grandes paredões de rocha sedimentar com até 500 metros de altura, proporcionam um belo espetáculo, principalmente quando combinados com quedas d’água.
É o caso do mirante, de onde se pode observar a Baixada Cuiabana e trechos do Pantanal. Outro ponto bastante visitado pelos turistas é o Morro dos Ventos, localizado dentro de uma área particular (paga-se para entrar).
Pesquisadores já encontraram na Chapada dos Guimarães ossadas gigantes, possivelmente de dinossauros. Assim surgiu uma das muitas lendas da região. Segundo os habitantes locais, lá viveram gigantes que subiram o paredão rochoso para escapar do grande dilúvio. E o misticismo aumenta ainda mais quando o assunto envolve o Paralelo 15 Sul, que atravessa a Chapada. Muitos moradores garantem que ele representa o berço da grande civilização do Terceiro Milênio.
Também há quem defenda a teoria de que a Chapada está localizada em uma linha imaginária conhecida como Corredor Bivac, em meio a um fluxo eletromagnético no sentido Nordeste-Sudoeste, que passa também por Porto Seguro e Brasília. Outra corrente afirma que sobre a Chapada, existe um buraco na atmosfera que permite a passagem de ondas cósmicas. Nada disso foi provado. Na verdade, o que interessa é o espetáculo que se pode observar a olho nu. Um lugar singular, que a natureza demorou milhões de anos esculpir.
FONTE: IMPARCIAL
“Cachoeiras da Martinha”, conjunto de cinco quedas d´agua forma um belo espetáculo